O Pantanal é habitat de uma das maiores populações de ariranhas exclusivas da América do Sul. A espécie é considerada em perigo pela International Union for Conservation of Nature (IUCN) e vulnerável pela classificação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

Os últimos registros científicos apontam que existe na região do Pantanal ao menos 10% da população total de ariranhas presentes na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. Em toda área de estudos do Projeto Bichos do Pantanal há uma grande ocorrência de ariranhas (Pteronura brasiliensis), e da lontra (Lutra longicaudis), principalmente a oeste, sudoeste e sul da Estação Ecológica de Taiamã até o Parque Nacional de Caracará.

A pesquisa prevê a identificação das ariranhas por fotografia e filmagem do padrão de manchas no pescoço, que corresponde a uma impressão digital. Caracterização, através de vestígios, dos padrões de uso de habitat, assim como sua abundância, observando diferenças de uso sazonal em diferentes ambientes.

O estudo da lontra em seu habitat natural é uma das novidades do Bichos do Pantanal, uma vez que existem poucos dados no Brasil de observação dessa espécie em campo, e grande parte dos estudos ocorrem com animais em cativeiro.

Outro ponto importante da proposta desse projeto é atuar para mudança de percepção da população sobre esses animais. A grande maioria das pessoas acredita que as lontras e ariranhas sejam agressivas, ensejando sentimentos de medo e reações de defesa. Outro ponto de sensibilização vai ocorrer com as comunidades de pescadores, que em muitos casos, percebem esses mustelídeos como competidoras pelo recurso pesqueiro da região.